domingo, 22 de abril de 2012

As Musas


As Musas pertencem originariamente a família das ninfas: são as fontes inspiradoras que comunicam aos homens a faculdade poética e lhes ensinam as divinas cadências.

Minemósina deu a luz nove filhas de Júpiter  sensíveis ao encanto da música, que proporcionavam o esquecimento dos males e o fim das dores. As musas eram respeitadíssimas e o talento dos artistas eram atribuídos ao dom das nove irmãs.

Clio, Euterpe, Talia, Melpômene, Terpsícore, Erato, Polímnia, Urânia e Calíope  nasceram no pico mais elevado do nevoso Olimpo, onde também morava o rei do céu, o senhor do trovão e do raio ardente.


Quando as filhas do grande Júpiter queriam honrar um desses reis, filhos do céu, derramavam-lhes sobre a língua um delicado orvalho, e as palavras  fluiam da boca como verdadeiro mel. Eis o divino privilégio que as Musas concediam aos mortais.

Naquela época a poesia era um dos agentes mais poderosos da civilização. As Musas eram caracterizadas por seus atributos especiais, representadas sob a forma de jovens cobertas com longas túnicas e plumas na cabeça, recordação da vitória obtida contra as sereias (mulheres pássaros)




A vida era considerada um papel que cada um desempenhava ao passar pela terra , e quando era bem desempenhado, conduzia a ilha dos Venturosos.

Clio era a musa da história, possuía uma bela voz e o dom da eloquência
Calíope presidia os poemas distinados a celebrar heróis. Possuía o dom da proclamação.
Terpsícore,  musa da poesia lírica, da dança e dos coros.
Erato é a musa da poesia amorosa. Tinha grande importância nas festas de núpcias.
Euterpe era a musa que presidia a música, a doadora de prazeres.
Urânia, a celestial, era a musa da astronomia
Polímnia era a musa dos hinos sagrados, da música sacra
Melpômene, a poetisa, era a musa da tragédia, usava máscaras trágicas e folhas de videiras.
Tália era a festiva, a musa da comédia



Todos esses velhos usos desapareceram no fim do império, e o papel civilizador que se atribíia as musas foram esquecidos.

Um dos últimos escritores pagãos, contemporâneo das invasões bárbaras, o historiador Zózimo, conta sobre a destruição das imagens das musas, que haviam sido conservadas ainda na época de Constantino.

"Então, diz ele, fez-se guerra as coisas santas, mas a destruição das musas pelo fogo foi um presságio da ignorância em que o povo iria tombar"






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