quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Dano Divino


....Há relatos de que caçadores Umedas, na Nova Guiné, dormiam com um punhado de ervas sob o travesseiro para inspirar sonhos sobre caçadas bem sucedidas. 

Os Berbers, do Marrocos, eram conhecidos por inalar a fumaça perfumada de poejo, tomilho, alecrim e louro para curar dores de cabeça e febre. 

Eles acreditavam que cheirando uma flor de narciso poderiam proteger-se, e que os espíritos malignos poderiam ser expulsos do corpo pelo perfume de benjoim queimado misturado a arruda, consumidos em chamas aromáticas.

Xamãs de regiões montanhosas fazem encantamentos sobre folhas de gengibre, que dizem transmitir sedução ao homem que as esfrega em seu corpo.

Na Amazônia, índios ianomâmis carregam saches de pós aromáticos para fazer com que mulheres atraentes se joguem em seus braços.

Não somos diferentes dos povos que acreditam que cheiros e fragrâncias interferem em nossas vidas!
Os odores pertencem ao mundo metafísico. 
É o sentido da imaginação, e da emoção!
Penetra na memória mas permanece invisível, etéreo, intangível!

As essências aromáticas possuem personalidade!
Algumas difíceis, túrgidas, rígidas! Outras dóceis, maleáveis e versáteis.
Muitas atraentes, chamativas, mas sem profundidade!
....Quentes, penetrantes, tenazes, pungentes.....

Um aroma
Uma presença
Um princípio que se doa
Uma emanação da pele
Uma linguagem sutil
Um dano Divino, uma embriaguez, um estado alterado....
Uma coisa secreta, que não se pode saber, a não ser por experiência! 

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